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Proteção contra ransomware: como prevenir e responder a ataques

Nos últimos anos, o aumento significativo de ataques cibernéticos tem sido uma preocupação global, e o Brasil não é exceção. De acordo com o relatório, balanço de 4 anos da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), os incidentes de sequestro de dados (ransomware) se destacam como os mais comuns no país, entre janeiro de 2023 e setembro de 2024, sendo classificados em duas categorias principais: ransomware sem transferência de informações e ransomware com transferência e/ou publicação de informações.


Diante desse cenário, é essencial adquirir conhecimento sobre ransomware e os métodos utilizados pelos atacantes para prevenir incidentes e mitigar os impactos de possíveis ataques. Entender como esses crimes digitais acontecem, suas consequências e as melhores práticas de prevenção é um passo fundamental para fortalecer a segurança das organizações e proteger os dados. Além disso, a conscientização de colaboradores e indivíduos desempenha um papel crucial na construção de uma defesa robusta contra essas ameaças, ajudando a evitar erros humanos que frequentemente servem como porta de entrada para esses ataques.


Compreender a importância do tema um investimento estratégico para minimizar riscos, garantir a continuidade operacional e proteger a privacidade das pessoas. Nesse contexto, este artigo explora o que é ransomware, seus impactos, e como o conhecimento e a adoção de medidas preventivas podem ser determinantes para evitar incidentes cibernéticos.

 

ransomware ataque

1.     O que é ransomware?


Ransomware é um tipo de malware projetado para bloquear o acesso aos dados de uma organização ou indivíduo até que um resgate seja pago. Os atacantes geralmente exigem pagamentos em criptomoedas para dificultar o rastreamento.


Nos dois tipos de incidentes destacados pela ANPD, as diferenças estão no que ocorre com os dados:


  1. Ransomware sem transferência de informações:

    1. Nesse tipo de incidente, os atacantes bloqueiam o acesso aos dados, mas não extraem ou transferem as informações para outros locais;

    2. A principal preocupação é a interrupção das operações organizacionais e o potencial custo financeiro associado à recuperação dos sistemas;

    3. Apesar de menos prejudicial à privacidade dos indivíduos, esses ataques podem causar danos financeiros e operacionais significativos.


  2. Ransomware com transferência e/ou publicação de informações:

    1. Além de bloquear os sistemas, os invasores copiam e, muitas vezes, ameaçam divulgar ou vender os dados roubados;

    2. Esse tipo de incidente é ainda mais grave, pois envolve violações de privacidade, perdas financeiras e danos à reputação da organização;

    3. A exposição de dados sensíveis pode trazer consequências legais para as organizações, especialmente sob a vigência da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

 


2.     Impactos para empresas e indivíduos


Os ataques de ransomware geram uma série de consequências graves para organizações e indivíduos. Entre os impactos mais evidentes estão:

  1. Prejuízos financeiros: além do resgate exigido, as organizações afetadas enfrentam custos elevados para recuperação de dados, interrupção de operações e danos à reputação.

  2. Danos à imagem e confiabilidade: a publicação de dados sensíveis pode comprometer a confiança de clientes, parceiros e investidores.

  3. Riscos legais e regulatórios: A LGPD exige que as organizações notifiquem a ANPD sobre incidentes de segurança, o que pode acarretar sanções caso seja constatada negligência na proteção de dados.

 


3.     Prevenção, reduza o risco de ataques


O combate ao ransomware exige uma abordagem proativa e estratégica que envolva a prevenção, a preparação e a capacidade de resposta eficaz. A crescente sofisticação dos ciberataques reforça a importância de implementar medidas robustas para evitar incidentes e, caso ocorram, minimizar seus impactos.


A seguir, detalho algumas práticas básicas para lidar com ransomware.


Educação e conscientização: o fator humano é uma das maiores vulnerabilidades nas organizações. Muitos ataques de ransomware começam com phishing ou outros métodos de engenharia social, onde os invasores enganam os usuários para clicar em links maliciosos ou abrir anexos infectados.


O que fazer?

  • Realize treinamentos regulares para os colaboradores, ensinando-os a reconhecer e evitar tentativas de phishing e e-mails suspeitos.

  • Desenvolva uma cultura de segurança digital, onde todos os membros da organização entendam seu papel na proteção dos sistemas e dados.

  • Implemente um regimento interno que estabeleça as normas e procedimentos para proteger dados e reduzir riscos de ataques. 


Backup regular: manter backups atualizados é essencial para garantir que os dados possam ser restaurados sem pagar o resgate.


O que fazer?

  • Implemente políticas de backup regulares, criando cópias dos dados críticos em locais externos ou offline (isolados da rede principal).

  • Teste frequentemente os backups para garantir sua integridade e disponibilidade em caso de incidentes.

 

Soluções tecnológicas de segurança cibernética: softwares e ferramentas de proteção atuam como barreiras iniciais contra ransomware, detectando e bloqueando atividades suspeitas antes que causem danos.


O que fazer?

  • Adote ferramentas de detecção de ameaças, como firewalls, antivírus avançados e soluções de EDR (Endpoint Detection and Response).

  • Mantenha os sistemas e softwares atualizados com os últimos patches de segurança para corrigir vulnerabilidades conhecidas.

 

Políticas de controle de acesso: restringir o acesso a sistemas e dados reduz as chances de um invasor comprometer informações críticas.


O que fazer?

  • Implemente o conceito de mínimo privilégio, garantindo que cada colaborador tenha acesso apenas aos recursos necessários para desempenhar suas funções.

  • Utilize autenticação multifator (MFA) para proteger o acesso a sistemas sensíveis.

 

Monitoramento contínuo e análise de vulnerabilidades: a identificação proativa de vulnerabilidades reduz os pontos de entrada disponíveis para os invasores.


O que fazer?

  • Monitore continuamente os sistemas em busca de comportamentos anômalos.

  • Realize auditorias regulares e testes de penetração para identificar e corrigir brechas na segurança.

 


4.     Resposta, lidando com um ataque de ransomware


Mesmo com a implementação das melhores práticas de segurança e ações preventivas, é importante reconhecer que nenhum sistema é completamente imune a ataques cibernéticos. Por isso, além das medidas preventivas, é crucial que as organizações estejam preparadas para responder rapidamente a incidentes, minimizando os impactos e garantindo a continuidade das operações.

 

Plano de Resposta a Incidentes: um plano estruturado permite uma resposta rápida e coordenada, minimizando os danos causados pelo ataque.


O que fazer:

  • Desenvolva e documente um plano de resposta a incidentes, detalhando os procedimentos a serem seguidos em caso de ataque.

  • Realize simulações periódicas para treinar equipes e testar a eficácia do plano.

 

Isolamento do incidente: a contenção imediata impede que o ransomware se espalhe para outros sistemas.


 O que fazer:

  • Desconecte dispositivos infectados da rede assim que o ataque for identificado.

  • Desabilite conexões externas e interrompa o tráfego para limitar a propagação.

 

Comunicação eficiente: quando necessário e, principalmente, em caso de vazamento de dados, informe adequadamente as partes interessadas, como clientes, parceiros, colaboradores e a ANPD. Isto é essencial para gerenciar a reputação e cumprir obrigações legais.


O que fazer:

  • Prepare declarações públicas claras e transparentes, detalhando as ações tomadas para conter o incidente.

  • Comunique-se com rapidez e honestidade com os titulares de dados afetados, conforme exigido pela LGPD.

  • Contate autoridades competentes, como a ANPD, especialmente se dados pessoais forem vazados.

 

Restaurar e reforçar: após o incidente, é crucial restaurar os sistemas e implementar melhorias para evitar novos ataques.


O que fazer:

  • Restaure os dados a partir dos backups e realizar uma análise detalhada para identificar pontos fracos explorados pelos invasores.

  • Adote medidas adicionais de segurança com base nas lições aprendidas durante o incidente.



 

Proteja sua organização contra ransomware e outras ameaças cibernéticas! Entre em contato com a Total Privacy e descubra como nossas soluções podem fortalecer sua segurança digital. Envie um e-mail para contato@totalprivacy.com e fale com nossos especialistas. Estamos prontos para ajudar você a proteger seus dados e garantir a conformidade com a LGPD!


 


Conclusão


O aumento dos ataques de ransomware reflete a necessidade urgente de fortalecer a segurança cibernética no Brasil. Contudo, somente por meio da combinação de estratégias preventivas, respostas rápidas e colaboração entre todos os agentes envolvidos será possível enfrentar os desafios do ransomware, proteger os dados e garantir a confiança no ecossistema digital.


Para isso, a atuação da ANPD e o cumprimento da LGPD são passos fundamentais. Além do mais, é essencial que empresas e indivíduos reconheçam a importância de proteger seus dados e atuar de forma proativa para evitar vulnerabilidades.


A prevenção e a resposta ao ransomware não são esforços isolados, mas sim um compromisso contínuo com a segurança dos dados. Investir em conhecimento, tecnologias e práticas organizacionais é fundamental para reduzir os riscos contra esse tipo de ameaça.



 

Andressa Segantini

Consultora de Privacidade e Proteção de Dados Pessoais


Andressa é especialista em privacidade e proteção de dados, com formação em relações internacionais, administração de empresas e direito digital. Sua expertise em gestão de projetos garante a implementação eficaz de programas de compliance com as leis de proteção de dados. Possui diversas certificações na área e demonstra seu compromisso com a atualização e o domínio das melhores práticas do mercado.


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