Estratégias inteligentes para implementar controles de segurança
- Julio Cesar Segantini
- 2 de jan.
- 4 min de leitura
Garantir a segurança da informação é um desafio crescente para organizações de todos os portes. Com ameaças cada vez mais sofisticadas e os recursos frequentemente limitados, como equilibrar a proteção eficaz de ativos críticos e o custo das medidas de segurança?
A resposta está na escolha criteriosa de controles de segurança, utilizando estratégias como a análise de risco-benefício, a defesa em profundidade e a proporcionalidade. Além disso, é fundamental alinhar as iniciativas de segurança aos objetivos organizacionais e obter o apoio da liderança para justificar investimentos.
Neste artigo, vamos explorar como implementar uma abordagem estruturada para selecionar controles de segurança que sejam eficazes, proporcionais aos riscos enfrentados e alinhados às metas estratégicas do negócio.

1. Proporcionalidade e relevância dos controles de segurança
O primeiro passo para selecionar controles adequados é entender o equilíbrio entre risco e benefício gerado pela medida de segurança aplicada.
Para isso, durante a análise de risco as seguintes perguntas devem ser respondidas:
Qual o custo para implementar o controle de segurança?
Qual o possível impacto financeiro gerado pelo risco?
Idealmente, o custo com a implementação do controle deve ser inferior ao custo do impacto, caso o evento do risco se concretize. Afinal, a proporcionalidade é fundamental para evitar desperdícios. Se o custo de implementar uma medida de segurança for muito superior ao impacto que o risco poderá causar, é melhor que a empresa adote a postura de assumir o risco.
Por exemplo, gastar R$ 10.000 em um controle de segurança para um risco com impacto de R$ 1.000, não é viável.
Mas atenção, esta análise deve considerar todos os impactos, inclusive os riscos reputacionais que podem até inviabilizar o negócio. Portanto, se há um risco reputacional envolvido, é bem provável que a empresa deva adotar controles para mitigar o impacto.
2. Defesa em profundidade
A defesa em profundidade é uma estratégia de segurança que utiliza múltiplas camadas de proteção para reduzir o risco de ataques bem-sucedidos. Em vez de confiar em um único controle, essa abordagem reconhece que cada camada pode falhar e, por isso, combina diferentes medidas que atuam de forma complementar.
O principal da defesa em profundidade é envolver diversificação de controles. A ISO 27001, por exemplo, divide os controles em quatro áreas:
A. Controles organizacionais
Políticas e processos claros: Estabelecem as diretrizes e regras para proteger informações e sistemas.
Gestão de riscos: Identifica e prioriza ameaças e vulnerabilidades.
Monitoramento e auditorias: Garantem que os controles estejam funcionando conforme planejado.
B. Controles técnicos
Firewalls e sistemas de detecção de intrusão: Monitoram e restringem o tráfego de rede.
Autenticação multifator (MFA): Reduz o risco de comprometimento de credenciais.
Gerenciadores de senhas: Facilita o uso seguro de senhas complexas.
Criptografia: Protege dados em trânsito e em repouso contra acesso não autorizado.
C. Controles Humanos
Treinamento e conscientização: Ensina os colaboradores a reconhecer e responder a ameaças, como phishing.
Cultura de segurança: Incentiva comportamentos seguros e responsabilização no uso de recursos.
D. Controles Físicos
Acesso controlado a instalações: Restringe a entrada de pessoas não autorizadas.
Proteção de equipamentos: Garante a segurança de dispositivos que armazenam dados sensíveis.
Monitoramento por câmeras e alarmes: Dissuade ações mal-intencionadas e facilita investigações.
2.1. Defesa em profundidade na prática
Toda organização precisa de uma política de senhas fortes. Esta política, normalmente, inclui diretrizes como: mínimo de 12 caracteres; combinação de letras minúsculas e maiúsculas, números e caracteres especiais; autenticação multifator (MFA); e proibição de anotar senhas.
Contudo, confiar exclusivamente no comportamento humano é arriscado. Mesmo colaboradores bem-intencionados cometem erros. Por isso, é importante combinar controles técnicos com políticas organizacionais. Como medida, a empresa por adotar o uso de gerenciadores de senhas para reforçar a regra de "não anotar senhas".
Por exemplo, para proteger credenciais de usuários:
Organizacional: Políticas de segurança e uso aceitável.
Pessoas: Treinamento de conscientização e promoção de uma cultura de segurança.
Físico: Garantir que senhas não sejam expostas (ex.: post-its em monitores).
Tecnológico: Implementar requisitos técnicos de complexidade de senha.
Ao combinar esses elementos, a organização constrói uma defesa integrada contra riscos específicos.
3. Apoio da liderança e alinhamento com os objetivos do negócio
Para justificar o investimento em segurança, também é essencial vincular os objetivos de segurança da informação às metas estratégicas da organização, como: aumento de lucros; maior participação de mercado; e melhoria na produtividade.
A liderança costuma ver os gastos com controles de segurança como um custo, até que a falta de investimentos em segurança começa a gerar perdas financeiras ou danos reputacionais. Por isso, é importante entender que a segurança da informação protege a receita, reduz os riscos e evita prejuízos catastróficos que poderiam comprometer a continuidade do negócio.
Conclusão
A escolha de controles de segurança eficazes é um exercício de equilíbrio entre mitigação de riscos, custos e alinhamento estratégico. Aplicar uma análise de risco-benefício, adotar a defesa em profundidade e priorizar a proporcionalidade garante que os recursos sejam direcionados para as áreas de maior impacto.
Além disso, o apoio da liderança é essencial para sustentar os investimentos em segurança da informação. Vincular os controles aos objetivos organizacionais, como aumento de produtividade e proteção da reputação, facilita a tomada de decisões estratégicas e assegura o comprometimento de toda a organização.
Com uma abordagem estruturada e integrada, sua empresa estará preparada para enfrentar ameaças, proteger ativos críticos e promover a continuidade do negócio em um ambiente de riscos cada vez mais complexos. A segurança da informação, quando bem implementada, não é apenas uma proteção – é também um diferencial competitivo que sustenta o crescimento no longo prazo.
Quer ajuda para implementar controles de segurança eficazes e que atendam as especificidade de sua organização? Nossa equipe de especialistas pode ajudar sua empresa a realizar análises de risco, implementar estratégias de defesa em profundidade e alinhar a segurança da informação aos objetivos do seu negócio.
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Julio Cesar Segantini
Consultor de Privacidade e Proteção de Dados Pessoais
Julio é um profissional experiente com mais de 35 anos no mercado de TIC e 20 anos em consultoria empresarial. Possui pós-graduações em Marketing, Perícia Forense Computacional e Consultoria Empresarial, além de um MBA em Negócios Digitais e Inteligência Financeira. Sua expertise em gestão e tecnologia aliados a suas certificações internacionais em privacidade e proteção de dados o torna um profissional completo e altamente qualificado para auxiliar as empresas em seu compliance com a LGPD.